FGV: Empresários da construção estão mais confiantes

Rafael Marko

Por Rafael Marko

FGV: Empresários da construção estão mais confiantes

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, subiu 2,2 pontos em agosto, para 87,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2014 (88,7 pontos), mas ainda abaixo dos 100 pontos, patamar que começa a denotar otimismo. Em médias móveis trimestrais, o ICST avançou pelo terceiro mês seguido, ao variar 2,3 pontos. A Sondagem Nacional da Construção colheu informações de 737 empresas entre os dias 1 e 22 de agosto.

“A percepção dominante é de que o ambiente de negócios está mais favorável, tornando os empresários mais confiantes na recuperação do setor. Essa melhora por três meses consecutivos do ICST e seus componentes mostra uma maior consistência do movimento de retomada. No entanto, deve-se dizer que os empresários estão menos insatisfeitos, uma vez que o ISA (Índice de Situação Atual) permanece em um patamar que ainda indica atividade baixa. O ritmo de melhora se mostra muito lento, insuficiente para alavancar a economia”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre.

A melhora do ICST em agosto pelo terceiro mês consecutivo foi influenciada tanto pela melhora da percepção sobre a situação corrente quanto pelas expectativas do curto prazo. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) avançou 2,5 pontos, para 77,6 pontos, o maior desde fevereiro de 2015 (81,4 pontos), porém ainda abaixo do patamar de 100 pontos.

A contribuição do resultado positivo ISA-CST veio do indicador que mede a percepção sobre a situação atual da carteira de contratos, que avançou 2,3 pontos, para 75,8 pontos, e do indicador da situação atual dos negócios, que subiu 2,7 pontos, para 79,6 pontos.

Expectativas em alta

O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 1,9 ponto, passando para 97,9 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (99,1 pontos). Os dois quesitos deste índice contribuíram positivamente para o resultado. O indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,7 pontos, para 98,2 pontos, e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 0,9 ponto, para 97,5 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor variou 0,7 ponto percentual, para 69,6%, alcançando a quinta alta consecutiva. Tanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos quanto aquele para Mão de Obra subiram 0,2 e 0,8 ponto percentual respectivamente.

Minha Casa

A coordenadora de Projetos da Construção comentou que, em boa parte desses anos de crise setorial, o Programa Minha Casa Minha Vida exerceu um papel fundamental de sustentação da atividade. Os investimentos do programa permitiram que as empresas que operavam com a habitação popular mantivessem um patamar de investimentos que contribuiu para amenizar a retração das demais áreas setoriais. “Desde o início do ano, com o contingenciamento do orçamento da União, a falta de repasse de recursos tem levado à paralisação de obras, invertendo o quadro em que as empresas que operavam com o programa eram mais confiantes e otimistas. Ou seja, o programa perde cada vez mais sua capacidade para atenuar os efeitos da crise”, observou Ana Maria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo