FGV: confiança do empresário da construção estaciona

Rafael Marko

Por Rafael Marko

FGV: confiança do empresário da construção estaciona

O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 0,5 ponto em setembro, para 87,1 pontos, após três meses de altas consecutivas, acumulando 6,9 pontos no período. Já em médias móveis trimestrais, o índice mantém a tendência ascendente, pelo quarto mês, com aumento de 1,4 ponto. O índice vai de zero a 200, sendo que a partir de 100 denota perspectiva otimista. A edição de setembro da pesquisa coletou informações de 710 empresas entre os dias 2 e 20 deste mês.

“Depois de três altas consecutivas, a confiança dos empresários da construção acomodou em setembro influenciada por uma queda nas expectativas, dado o ritmo lento da recuperação e as incertezas que o cercam. O resultado não altera o sinal positivo no terceiro trimestre, que foi marcado por uma redução do pessimismo no período, mas a percepção das empresas se mantém bastante suscetível às notícias sobre contingenciamento dos recursos do orçamento federal e às dificuldades fiscais que vêm reduzindo sobremaneira a capacidade de investir dos entes públicos”, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.

Em setembro, o resultado do ICST foi influenciado por uma piora das perspectivas de curto prazo do empresariado. O Índice de Expectativas (IE-S) recuou 0,9 ponto, para 97 pontos, mas terminou o terceiro trimestre com ganho acumulado de 4,5 pontos.

Houve queda nos dois componentes que compõem o IE-S: o indicador que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses seguintes caiu 1,2 ponto, para 96,3 pontos, e o indicador de demanda prevista nos três meses seguintes diminuiu 0,6 ponto, para 97,6 pontos.

O Índice da Situação Atual (ISA-CST) se manteve estável no patamar de 77,6 pontos. A estabilidade do índice esse mês foi gerada por um aumento de 0,6 ponto na satisfação das empresas sobre a situação atual dos negócios, para 80,2 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2015 (81,4 pontos) e redução de 0,7 ponto no indicador de carteira de contratos para 75,1 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor variou negativamente 0,2 ponto percentual, para 69,4%, interrompendo a alta dos últimos cinco meses. Em relação aos Nucis para Máquinas e Equipamentos e Nuci para Mão de Obra, as variações foram opostas: 0,7 e -0,4 ponto percentual.

Crescimento de atividades

A percepção empresarial sobre a situação corrente dos negócios registrou ligeiro crescimento em setembro, fechando o quarto mês consecutivo de alta. Essa percepção menos pessimista sobre os negócios vem se refletindo também sobre a própria atividade. O PIB do segundo trimestre traduziu essa melhora, atribuída ao mercado imobiliário residencial.

“As pesquisas de mercado têm mostrado desde o final de 2017 uma retomada de lançamento e vendas. Esse movimento está mais concentrado na região Sudeste, especialmente em São Paulo. Espera-se que essa melhora comece a se traduzir em novos postos de trabalho. No entanto, a análise dos dados do Caged e da sondagem mostram que isso ainda não ocorreu. A infraestrutura é que tem registrado melhores resultados no emprego e na sondagem”, observou Ana Maria Castelo.

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