FGV: ânimo do empresário da construção declina 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

FGV: ânimo do empresário da construção declina 

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, declinou 1,4 ponto em janeiro para 92,5 pontos, nível próximo ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. Em médias móveis trimestrais, após seis altas consecutivas, o índice recuou neste primeiro mês de 2021, ao cair 0,9 ponto.

Este é um dos resultados da Sondagem da Construção da FGV, indicando que a confiança dos empresários do setor segue na faixa de moderadamente pessimista, numa escala de 0 a 200 pontos. A edição de janeiro de 2021 coletou informações de 683 empresas, entre os dias 2 e 22 deste mês.

“O ano se inicia com um arrefecimento no ânimo dos empresários da construção. O resultado ocorre no momento em que vem ganhando destaque a elevação dos preços dos insumos setoriais entre os fatores assinalados como limitantes aos negócios. Desde setembro, o custo dos materiais vem crescendo como fator limitativo, associado ao expressivo aumento dos preços observados a partir desse período. Essa questão deve se manter entre as principais dificuldades do setor nos próximos meses”, avalia Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre.

O resultado negativo em janeiro refletiu a piora da percepção dos empresários na avaliação sobre o momento presente e na redução das expectativas em relação aos próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA-CST) recuou 1,9 ponto para 90,5 pontos, interrompendo uma sequência de resultados positivos desde junho de 2020. Os indicadores de situação atual dos negócios e de nível da carteira de contratos recuaram respectivamente 2,3 pontos e 1,4 ponto, para 92,5 pontos e 88,7 pontos.

Expectativa em queda 

O Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, de 95,5 pontos para 94,6 pontos, uma queda de 0,9 ponto. O aumento de 2 pontos no indicador de tendência dos negócios no mês não compensa a queda de 2,6 pontos no mês anterior.

As perspectivas têm se tornado mais voláteis nos últimos meses refletindo o aumento das incertezas do setor, aumento este corroborado também pela volatilidade, em sentido inverso, da demanda prevista, que caiu 3,8 pontos neste mês.

Desde novembro, o Indicador de expectativas interrompeu o movimento de alta, a despeito de as atividades terem recuperado o patamar pré-pandemia.

Assim, o setor começa o ano mais pessimista em relação à evolução dos negócios nos próximos meses do que estava em janeiro de 2020. Esse pessimismo atingiu todos os segmentos da construção – Edificações, Infraestrutura e Serviços Especializados.

“Provavelmente essa reversão do indicador está associada à conjuntura mais adversa dos últimos meses, como evolução da pandemia, elevação dos preços de insumos, incertezas do cenário macroeconômico. De todo modo, o bom momento vivido pelo mercado imobiliário em 2020 deverá contribuir para o crescimento da atividade ao longo do ano, observou Ana Castelo.”

Capacidade utilizada 

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção subiu 1,1 ponto percentual (p.p.), para 74%. O resultado positivo foi influenciado tanto pelo aumento de 1,3 p.p. do Nuci de Mão de Obra (de 74,1% para 75,4%), quanto pelo aumento de 0,9 p.p. nível de atividade de Máquinas e Equipamentos (de 65,6% para 66,5%).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O que você precisa saber.
As últimas novidades sobre o mercado,
no seu e-mail todos os dias.

Pular para o conteúdo