Empresas da construção estão menos pessimistas

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Empresas da construção estão menos pessimistas

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 2,6 pontos em julho, para 85,4 pontos, voltando ao nível observado em dezembro de 2018 (85,4 pontos). Em médias móveis trimestrais, o ICST avançou 1 ponto. Os resultados ainda estão abaixo de 100, pontuação que começaria a denotar otimismo. A Sondagem da Construção da FGV coletou informações de 701 empresas entre os dias 1 e 23 de julho.

Segundo a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, “o segundo semestre inicia com alta da confiança, refletindo uma melhora no ambiente de negócios e expectativas de curto prazo mais favoráveis. A iminência de aprovação da reforma da Previdência e a retomada das obras do Programa Minha Casa Minha Vida certamente contribuíram para a melhora do cenário nesses dois últimos meses. No entanto, se a adoção de uma política para incentivar o consumo comprometer a fonte de financiamento do programa habitacional, não haverá sustentação nessa melhora a médio e longo prazo”, alertou

Em julho, o ICST subiu pelo segundo mês consecutivo, influenciado tanto pela melhora da situação corrente quanto pelas expectativas do curto prazo. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) avançou 1,5 ponto, para 75,1 pontos, retornando ao mesmo nível de janeiro de 2019 (75,1 pontos).

A contribuição do resultado positivo ISA-CST veio do indicador que mede a percepção sobre a situação atual da carteira de contratos, que avançou 1,4 ponto, para 73,5 pontos, e do indicador da situação atual dos negócios, que subiu 1,6 ponto, para 76,9 pontos.

O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 3,5 pontos, passando para 96 pontos, nível quase igual ao observado em dezembro de 2018 (96,5 pontos). Os dois quesitos deste índice contribuíram positivamente para o resultado. O indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,3 pontos, para 95,5 pontos, maior nível desde dezembro de 2018 (97,2 pontos), e o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 4,7 pontos, para 96,6 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor registrou a quarta alta seguida, ao variar 0,6 ponto percentual em julho, para 68,9%, maior patamar desde julho de 2015 (69,4%). Tanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos quanto aquele para Mão de Obra variaram 0,4 e 0,7 pontos percentuais, respectivamente.

Recuperação lenta

Na comparação interanual, o ICST aumentou 4,4 pontos. A abertura por segmentos aponta que foi o segmento de Obras de Infraestruturas que registrou a maior elevação do índice. Especialmente o Índice de Expectativas registra forte alta nessa comparação, impulsionado pelo quesito “demanda prevista” do segmento de Obras de Infraestrutura.

“Possivelmente as incertezas sobre a continuidade do Programa Minha Casa Minha Vida tenham arrefecido as expectativas dos empresários do segmento de Edificações. Por outro lado, a perspectiva de melhora no ambiente de negócios trouxe maior ânimo aos empresários do segmento de Obras de Infraestrutura. No entanto, ainda não há elementos que permitam vislumbrar uma melhora robusta na atividade no curto prazo”, observou Ana Maria.

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