CTQ: escalada de preços dos insumos da construção avança em abril 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

CTQ: escalada de preços dos insumos da construção avança em abril 

A escalada dos preços dos materiais de construção e o seu desabastecimento prosseguem avançando em abril, acentuando o desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de fornecimento de obras. A grande preocupação com este fato foi manifestada pelos representantes das empresas do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusCon-SP, em reunião conduzida por seu coordenador, Fábio Villas Bôas, com a participação do presidente da entidade, Odair Senra, em 8 de abril. 

O problema está afetando tanto as obras privadas como as públicas, especialmente aquelas enquadradas no programa habitacional Casa Verde e Amarela, que estão se tornando inexequíveis dentro dos limites estabelecidos. Além disso, as construtoras, especialmente as que operam no programa, estão relutantes em realizar novos lançamentos de empreendimentos.

As empresas relataram que as elevações dos preços dos insumos se situam em até 10 pontos percentuais acima do INCC (Índice Nacional de Custos da Construção), ou em até 18 pontos, no caso de galpões industriais. Há risco de futuros distratos da parte dos adquirentes dos imóveis na planta, por ocasião do reajuste das prestações.

O INCC subiu 1,30% em março, acumulando aumento de 12,23% em 12 meses, o maior para o período desde 2004. O INCC Materiais e Equipamentos variou 2,84% no mês e 28,13% em 12 meses, um recorde desde 1997.

Villas Bôas destacou a importância de o SindusCon-SP estar se manifestando pela imprensa, colocando a opinião pública a par dos aumentos praticados pelos fornecedores, que impactam os custos das obras.

Normas técnicas 

As propostas de emendas à parte acústica da Norma de Desempenho de Edificações foram colocadas em consulta nacional, com prazo de manifestação até 6 de maio, relatou Lilian Sarrouf, gestora do CB-002 (Comitê Brasileiro da Construção) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Lilian informou que os vice-presidentes do SindusCon-SP Renato Genioli e Paulo Sanchez representam a entidade na elaboração da Norma de Garantias de Edificações, cujos trabalhos na Comissão de Estudos prosseguem sob a coordenação de Yorki Estefan, vice-presidente do sindicato. A entidade também está representada na Comissão de Estudos para a revisão da Norma de Resíduos (NBR 10004) por Vanessa Dias, assessora do Comasp (Comitê de Meio Ambiente), como titular, e Villas Bôas, como suplente.

Já a Comissão de Estudos para a elaboração da Norma de Inspeção será instalada em 20 de abril, com cinco grupos de trabalho: elétrica, estruturas, proteção e combate a incêndio, climatização e hidráulica, esta última tendo como relator Alexandre de Oliveira, membro do CTQ. De outra parte, ficou decidido na ABNT que a Norma de Drywall – Projeto e Execução será desenvolvida no CB-002.

A Comissão de Estudos de Eficiência Energética em Edifícios deverá ser instalada no final deste mês, informou Vanessa Dias. Ela também anunciou que seguem abertas as inscrições sobre o curso de gerenciamento de áreas contaminadas,  que será dado por especialistas em 26 e 28 de abril. E comentou que continua disponível, no canal do SindusCon-SP no Youtube, o conteúdo do  webinar “Novas Orientações para Gerenciamento de Áreas Contaminadas”, realizado em fevereiro.

Novidades do IPT 

As novas possibilidades de utilização dos serviços do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foram apresentadas por Fúlvio Vittorino, diretor de Edificações e Habitação daquele instituto, e pelos representantes do IPT Cláudio Mitidieri e André Azevedo.

Eles mostraram o potencial de aproximação com a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) no desenvolvimento de materiais. E apresentaram o programa Open Experience, para as empresas que queiram se instalar como centro de inovação no campus do IPT ou trazendo hubs de startups para desenvolver soluções tecnológicas naquele local.

O IPT pode prestar serviços em áreas como conformidade e desempenho, industrialização de sistemas produtivos, inteligência artificial e BIM, sustentabilidade e redução de impacto ambiental, e novos materiais funcionais. Pode fomentar consórcios de empresas para inovação, promover debates tecnológicos aproximando construtoras, financiadores e fornecedores, validar novos sistemas, e dar apoio para análise de conformidade de produtos e serviços.

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