Construcarta Preços: Inflação persiste apesar do quadro recessivo
Há meses, conforme o quadro recessivo se agravava, muitas análises sobre a conjuntura sugeriam que a queda da atividade econômica contribuiria para amenizar a alta dos preços ao consumidor. No entanto, a inflação tem resistido apesar da queda contínua da demanda.
Segundo o IBGE, o IPCA, índice oficial do regime de metas para a inflação, teve alta de 1,27% em janeiro, a pior taxa para o mês desde 2003. Com isso, a variação acumulada em 12 meses, que já havia fechado o ano passado na casa dos dois dígitos, subiu ainda mais, alcançando 10,71%. Vale lembrar que a meta oficial é de 4,5%, com tolerância até 6,5%.
Persistem as pressões no grupo alimentos e bebidas, cuja alta em janeiro foi de 2,28%. Em 12 meses, a elevação nos preços do grupo chega a 12,9%. Cerca da metade da alta do IPCA de janeiro foi consequência da elevação de preços dos alimentos. A segunda maior contribuição veio do grupo transportes, com alta de 1,77%, refletindo a influência tanto do aumento dos ônibus urbanos (5,61%) quanto dos combustíveis (2,11%). Os ônibus intermunicipais também tiveram elevação expressiva de tarifas (6,14%) registrada em cinco regiões metropolitanas com destaque para Belo Horizonte (11,94%). Na contramão dos aumentos, a deflação do grupo vestuário (-0,24%) seguiu o típico padrão sazonal de começo de ano.
O INPC, índice de inflação das famílias com renda até cinco salários mínimos, teve por sua vez alta de 1,51% em janeiro contra 0,9% em dezembro e 1,48% em janeiro de 2015. Com isso, a variação acumulada em 12 meses atingiu 11,31%.
O INCC-M também acelerou na comparação com dezembro, passando de 0,10% para 0,39%. Dessa forma, a alta acumulada em 12 meses atingiu 6,92%, ou seja, os custos da construção se mantêm como o componente do IGP com menor taxa acumulada. O índice relativo à mão de obra teve alta de 0,27% e tem taxa de 7,47% nos 12 meses encerrados em janeiro. Por sua vez, o componente materiais e equipamentos registrou elevação de 0,29%, com taxa de 6,27% em 12 meses.
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