ConstruCarta Nível de Atividades: O crescimento da construção em 2020

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

ConstruCarta Nível de Atividades: O crescimento da construção em 2020

Impactos foram parcialmente mitigados por medidas de suporte à população e às empresas


Como se sabe em 2020, a necessidade de controlar a pandemia e salvar vidas levou ao um grande lockdown mundial. Os impactos sobre a economia foram parcialmente mitigados por medidas de suporte à população e às empresas. Ainda assim, o PIB do país registrou contração de 3,9%.


A construção foi considerada uma atividade essencial. Dessa forma, tanto o varejo de materiais, quanto construtoras e incorporadoras puderam operar em grande parte das cidades do país em praticamente todas as fases da pandemia. O setor da construção foi ainda beneficiado por um cenário menos adverso, a partir da redução das taxas de juros a um patamar mínimo historicamente, em um contexto de expansão do crédito e de eleições municipais. O que não livrou o setor de uma queda expressiva: a estimativa preliminar do IBGE apontou retração de 6,3% para o PIB em 2020.Vale notar que esse número representa o desempenho das partes formal e informal do setor. Ou seja, representa o resultado das atividades realizadas pelas empresas formalmente constituídas e pelos pequenos empreiteiros e pela autoconstrução.

A Pesquisa Anual da Construção (PAIC) de 2020 recém-divulgada pelo IBGE permite analisar os efeitos desse cenário sobre as empresas formais. E, de fato, a conjugação de baixas taxas de juros e aumento dos investimentos em infraestrutura foi favorável: o valor adicionado, o equivalente ao PIB das empresas, registrou crescimento de 6,3% ante 2019, já considerando os valores corrigidos pelo INCC. As empresas geraram um PIB de R$ 157,6 bilhões, com 1,978 milhão de ocupados – alta de 3,8% em relação a 2019

Também houve aumento no número de empresas ativas no setor, que alcançou 131,8 mil, ou seja, surgiram em todo país 6,7 mil novas empresas da construção na comparação com 2019, sendo que metade delas no segmento de Edificações, que abrangeu a maior parcela do PIB (42%). Na comparação com o ano anterior, o PIB de Edificações aumentou 6% em 2020 em valores corrigidos. A maior variação veio da Infraestrutura, com 8,9%, o que elevou sua contribuição no PIB setorial para 31%. No entanto, ainda muito distante do percentual alcançado em 2010, de 42%.

Os Serviços Especializados, que compreendem os 27% restantes do PIB, cresceram 4% em 2020. O valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção alcançaram R$ 325,1 bilhões, com elevação de 5,4% acima do INCC. O valor das obras ou serviços para entidades públicas representou 30% do total. O destaque negativo veio da queda na remuneração. O valor pago em salários, retiradas e outras remunerações alcançou R$ 58,7 bilhões, com queda de 2,2% ante 2019, já considerando a correção pelo INPC.

Por sua vez, o consumo de materiais de construção foi R$ 62,6 bilhões, ou 59% do total de custos das obras e/ou serviços, um aumento de 2 p.p em relação ao ano anterior. Esse aumento de participação é, em parte, resultado da expansão das atividades, mas também resulta do aumento dos preços dos materiais, que começaram a se elevar fortemente a partir de julho.

Enfim, são números que confirmam a percepção de que o setor contribuiu para mitigar a crise econômica de 2020 e devem resultar em uma revisão mais favorável do PIB setorial.

Leia a íntegra da análise elaborada para o SindusCon-SP pelo FGV/Ibre aqui.

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