Construcarta Nível de Atividade: PIB surpreende e cresce acima do previsto

Daniela Barbará

Por Daniela Barbará

Construcarta Nível de Atividade: PIB surpreende e cresce acima do previsto

Dados divulgados pelo IBGE revelam que o PIB brasileiro teve alta de 0,4% no segundo trimestre na comparação dessazonalizada frente ao período anterior. Além de reverter a queda de 0,1% registrada entre janeiro e março, o resultado do segundo trimestre afastou, por enquanto, o fantasma da recessão técnica. Na comparação com o mesmo período de 2018, a alta foi de 1%. No acumulado do ano até junho, o PIB teve crescimento de 0,7%.

Dentre os três grandes setores de atividade, a agropecuária foi a única a apresentar queda na comparação dessazonalizada com o trimestre anterior (-0,4%). Indústria e serviços puxaram o PIB total para o campo positivo com variações de 0,7% e 0,3%, respectivamente. O desempenho da indústria de transformação foi ainda mais expressivo: alta de 2% no trimestre. Esse perfil setorial de crescimento merece atenção. Enquanto o setor de serviços é o que possui maior peso na composição do PIB total (mais de 60%), a indústria de transformação, por sua vez, possui o maior potencial de encadeamento com outras atividades. Vistos em conjunto, portanto, os números referentes aos grandes setores da economia mostraram uma melhora no ritmo de retomada da atividade econômica, apesar das taxas ainda modestas de crescimento.

Outro aspecto positivo se refere à formação de capital. Dentre os componentes da demanda agregada, esse foi o componente que apresentou maior avanço: 3,2% na série trimestral com ajuste sazonal. Na mesma base de comparação, o consumo das famílias avançou 0,3% e as importações, 1%. Tiveram queda o consumo do governo (variação de -1%) e exportações (1,6%).

O crescimento do consumo das famílias, apesar de modesto, foi decisivo para o desempenho do PIB no trimestre. A participação desse componente na demanda total supera os 60%. O crescimento lento, mas persistente do emprego e os baixos níveis de inflação contribuíram para esse resultado.

Por sua vez, o crescimento da formação de capital elevou a taxa de investimento. No segundo trimestre, esse indicador foi de 15,9% do PIB contra 15,2% em igual período de 2018. Apesar de ainda muito baixa, a recuperação da taxa de investimento é de grande importância para o crescimento não inflacionário de longo prazo.

Parcela relevante do crescimento da formação de capital deveu-se ao desempenho da construção civil.

O crescimento do PIB setorial na comparação com o trimestre anterior (1,9%) foi a principal surpresa positiva do resultado divulgado pelo IBGE. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento de 2% pôs fim a uma sequência negativa de 20 trimestres.

A alta no trimestre trouxe o PIB setorial a um patamar equivalente ao registrado no mesmo período de 2009. De todo modo, a variação acumulada no semestre ainda se manteve ligeiramente negativa (-0,1%) e o setor ainda se encontra 30% abaixo do pico alcançado no primeiro trimestre de 2014. Com esses números a projeção de crescimento de 0,5% para 2019 se torna mais provável.

A análise mensal do SindusCon-SP e da FGV/Ibre está disponível aqui

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