Construcarta Nível de Atividade: Ocupação – os primeiros reflexos

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Construcarta Nível de Atividade: Ocupação – os primeiros reflexos

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) relativa ao primeiro trimestre do ano captou pouco dos impactos negativos que a Covid-19 deve gerar no mercado de trabalho do país. Afinal apenas na última quinzena do trimestre o país ingressou no isolamento social. Ainda assim, é possível ver os primeiros sinais da crise que ganhou mais força nos meses seguintes.

A taxa de desemprego no país do trimestre móvel terminado em março do ano de 2020 alcançou de 12,2%, o que significou uma pequena queda de 0,5 ponto percentual na comparação com o primeiro trimestre de 2019. O resultado positivo refletiu a queda na taxa de participação da população na força de trabalho: o número de pessoas fora da força de trabalho aumentou 3% na comparação com 2019. O total de ocupados no país alcançou 92,2 milhões de pessoas.

No setor da construção, o número de ocupados registrou queda de 2% na comparação com o mesmo trimestre de 2019, ao passar de 6,518 milhões para 6,380 milhões na última apuração da pesquisa. O resultado reflete dois movimentos opostos: o total de empregados no setor privado, que representa 41% dos ocupados no setor, registrou redução de 5,2% nessa mesma comparação; enquanto, os trabalhadores por conta própria, que abrangem 53% do contingente,
aumentaram 1,1%. A análise por segmento mostra que a retração se deveu à diminuição expressiva observada no segmento de edificações, que representa o maior contingente de ocupados no setor.  A apuração dos dados nos próximos meses certamente mostrará impactos mais severos no mercado de trabalho. Vale lembrar que o setor estava iniciando um novo ciclo de negócios, depois da grave crise entre 2014 e 2018.

De fato, a PNADC referente ao trimestre fev/mar/abr, embora não permita a abertura por posição na ocupação ou por segmento do setor, já mostra um maior aprofundamento da crise na atividade econômica como um todo e na construção.

A população ocupada no país caiu para 89,2 milhões, o que significou queda de 3,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2019. Uma recorde da série histórica. No setor da construção, a redução foi muito mais expressiva. O total de ocupados passou para 5,896 milhões, com redução de 10,2% na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2019.

A divulgação parcial dos dados do Caged (não houve abertura de micro dados), também confirma a inversão do ciclo de contratações das empresas: em apenas dois meses, o país perdeu 1,1 milhão de empregos com carteira. No ano, o saldo líquido anterior ameniza o resultado que passa para queda de 812,2 mil. Por sua vez, a construção registrou uma redução líquida (admissões menos demissões) de 79,9 mil empregos em março e abril. No ano, o saldo negativo é
de 31,7 mil empregos.

Enfim, a Sondagem da Construção da FGV IBRE apontou queda expressiva da confiança empresarial nos meses de março, abril e maio – cerca de 25 pontos, levando o Indicador (ICST) para patamar semelhante ao do início de 2016. Os empresários voltaram a ficar muito pessimistas com a demanda prevista para os próximos meses, o que deve levar ao adiamento de novos projetos, refletindo também negativamente na intenção de contratar. Ou seja, o caminho para
recuperar o contingente de 1,2 milhão postos fechados até 2018 ficou um pouco mais longo.

A análise mensal do SindusCon-SP e da FGV/Ibre está disponível aqui 

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