Construção segue com otimismo moderado, aponta a CNI 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Construção segue com otimismo moderado, aponta a CNI 

Mas persiste a insatisfação com margens de lucro e condições financeiras 

O Índice de Confiança do Empresário da Construção (Icei) oscilou 0,1 ponto em julho, para 56,8 pontos. O nível de confiança está abaixo dos 57,8 pontos registrados em julho de 2021, mas permanece acima da média histórica de 53,8 pontos. 

Os dados são da Sondagem da Indústria da Construção da CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizada com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). A pontuação vai de 0 a 100, denotando confiança ou otimismo acima de 50. Foram coletadas informações de 401 empresas, sendo 146 pequenas, 167 médias e 88 grandes, entre 1º a 11 de julho. 

A percepção dos empresários em relação às condições correntes de seus negócios ficou praticamente estável em julho, com oscilação de 0,1 ponto do Índice de Condições Atuais, para 50,7 pontos. 

O Índice de Expectativas para os próximos seis meses também variou 0,1 ponto, para 59,8 pontos, permanecendo acima da média histórica de 58,2 pontos. 

O índice de expectativa em relação ao nível de atividade subiu 0,1 ponto, para 57,5 pontos, enquanto o de compra de insumos e matérias-primas aumentou 0,9 ponto, para 56,1 pontos. 

Já o índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços avançou 0,7 ponto, para 55,4 pontos, enquanto o índice de expectativa do número de empregados também registrou expansão de 0,7 ponto, passando para 55,9 pontos. 

Intenção de investir 

Em julho de 2022, o índice de intenção de investimento da indústria da construção aumentou 2,7 pontos, alcançando 45 pontos. Embora ainda abaixo da linha divisória, o índice segue acima da média histórica de 36 pontos desde agosto de 2020. 

Situação atual 

O desempenho da construção foi positivo em junho, com aumentos na atividade e no emprego. Apesar disso, na análise do segundo trimestre de 2022, houve oscilação na atividade e no emprego, com queda de abril para maio e aumento de maio para junho nos dois índices. 

O índice do nível de atividade foi de 51,6 pontos em junho de 2022, indicando aumento. O índice não apresentava valor acima dos 51 pontos para o mês de junho desde 2011, quando registrou 51,7 pontos.  

O índice do número de empregados também teve alta em junho, fechando em 51,7 pontos. 

Preços e condições financeiras 

O índice de preço médio dos insumos foi de 73 pontos no segundo trimestre de 2022, resultado que corresponde a uma queda de 2,1 pontos, na comparação com o primeiro trimestre de 2022. O indicador alcançou o segundo maior patamar para o período desde o início da série histórica, em 2012. 

Os índices de satisfação com a margem de lucro e com as condições financeiras tiveram alta de 1,3 ponto e 2,3 pontos, respectivamente, no segundo trimestre, com relação ao primeiro, passando de 41,6 pontos para 42,9 pontos, e de 44,7 para 47. Apesar do aumento, o resultado ainda está abaixo da linha divisória dos 50 pontos, denotando insatisfação. 

O índice de facilidade de acesso ao crédito recuou 0,6 ponto, passando para 38,7 pontos no período. Ainda assim, esse é o maior valor para o segundo trimestre, desde 2013, quando o indicador registrou 43,2 pontos. 

Maiores problemas 

Em resposta de múltiplas assinalações, a falta ou o alto custo de matéria-prima permanece como o principal problema enfrentado pela indústria da construção no segundo trimestre de 2022. O problema foi assinalado por 47,7% das empresas, um aumento de 1 ponto percentual (p.p.) na comparação com o primeiro trimestre de 2022. Com o aumento, a tendência de queda no número de assinalações, que vinha ocorrendo desde o segundo trimestre de 2021, foi revertida. 

As taxas de juros elevadas aparecem como o segundo problema mais indicado, com crescimento de 26,7% para 29,8% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2022. 

A elevada carga tributária ocupou a terceira posição, registrando 23,7% pontos percentuais, uma queda de 2,8 p.p. na comparação com o primeiro trimestre de 2022. 

Cresceu o percentual de empresas que declaram perceber falta ou alto custo de trabalhadores qualificados, atingindo 20,3% das empresas, após avanço de 2,1 p.p. no segundo trimestre de 2022 e de 3,5 p.p. no primeiro trimestre de 2022. Esse é o maior percentual de assinalação desde o primeiro trimestre de 2015 (20,4%). 

Utilização da Capacidade 

Em junho de 2022, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) subiu 1 ponto percentual na comparação com maio, de 66% para 67%. A UCO, ao longo do ano, registrou valores maiores ou iguais a 65% em todos os meses, indicando que a atividade do setor segue aquecida. 

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