Confiança dos empresários da construção segue crescendo

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança dos empresários da construção segue crescendo

O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, avançou 2,1 pontos em janeiro, para 94,2 pontos, atingindo maior nível desde maio de 2014 (94,6). Pela oitava vez consecutiva, o índice registra alta em médias móveis trimestrais, passando de 89,9 pontos em dezembro de 2019 para 91,9 pontos.

O indicador, que vai de 0 a 200 pontos, tende a sair da zona de pessimismo moderado. A edição de janeiro de 2020 coletou informações de 703 empresas entre os dias 02 e 23 deste mês.

Na avaliação de Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, “o primeiro mês do ano sinaliza o que deve ser a dinâmica dominante ao longo de 2020: o aumento do protagonismo do segmento de edificações, resultante da melhora do mercado imobiliário residencial no ano passado”.

Para a economista, as pesquisas realizadas em 2019 mostraram alta dos lançamentos e vendas, que começam a se traduzir em obras e, portanto, a impactar os indicadores de atividade setorial. “A sondagem captou essa percepção mais favorável em relação à atividade recente. Ainda há um longo percurso para recuperar o patamar de atividade anterior à crise, mas as expectativas já mostram empresas otimistas com as tendências dos negócios nos próximos meses”, observou.

Neste mês, a alta do ICST decorre da melhora da percepção dos empresários tanto em relação à situação atual quanto às expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) avançou pela oitava vez, indo de 82,6 pontos para 84,3 pontos. A maior contribuição para o resultado do ISA-CST veio do crescimento de 2,2 pontos do indicador de carteira de contratos, que passou para 82,2 pontos, o maior valor desde janeiro de 2015 (85,3 pontos).

Expectativas otimistas

Já o Índice de Expectativas (IE-CST) alcançou 104,2 pontos, o maior valor desde setembro de 2012 (104,5 pontos). Dos quesitos que compõem esse índice, o indicador de demanda prevista nos próximos três meses avançou 2,6 pontos, para 105,2 pontos, o maior nível desde março de 2012 (106,5 pontos). Por sua vez, o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 2,2 pontos, para 103,2 pontos, o mesmo valor de março de 2013.

A sondagem aponta a percepção empresarial sobre os fatores limitativos à melhoria dos negócios. A despeito da melhora da atividade, a demanda insuficiente ainda é o principal problema setorial. Por outro lado, a falta de mão de obra qualificada tem poucas assinalações. “À medida que o ciclo produtivo avance e as empresas comecem a contratar mais, essa questão deve assumir maior importância”, comenta Ana Castelo.

Apesar da recuperação do setor, o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) cedeu 1 ponto percentual, para 70,9%, influenciado pela queda na mesma magnitude do Nuci de Mão de Obra. Em relação ao Nuci para Máquinas e Equipamentos, a variação foi positiva em 0,5 ponto percentual.

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