Confiança do empresário da construção segue crescendo, apura a FGV 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança do empresário da construção segue crescendo, apura a FGV 

O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 3,7 pontos em outubro atingindo 95,2 pontos, o maior valor desde março de 2014 (96,3 pontos). É o quarto mês consecutivo em que o indicador avança, em médias móveis trimestrais, com variação de 3,8 pontos em relação ao mês anterior. Já a preocupação com o custo dos materiais de construção como fator limitador aos negócios também cresceu.

Isto foi o que apurou a Sondagem Nacional da Construção da Fundação Getulio Vargas, com informações de 671 empresas coletadas entre os dias 1 e 23 de outubro. ​A pontuação vai de 0 a 200, denotando otimismo acima de 100.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, o ambiente de negócios para as empresas do setor já é mais favorável do que o registrado antes do início do isolamento social provocado pela pandemia.

“Enquanto o mercado imobiliário está sendo impulsionado pelas taxas de juros em níveis historicamente baixos, a infraestrutura se beneficia dos investimentos das prefeituras e das recentes mudanças regulatórias. O impacto na atividade mal começou a se evidenciar no mercado de trabalho, mas a percepção positiva dos empresários do segmento de Preparação de Terrenos sinaliza continuidade e fortalecimento desse movimento de recuperação”, comenta a economista.

Em outubro, o resultado positivo do ICST foi influenciado principalmente pela melhora da satisfação dos empresários em relação à situação corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) cresceu 5,1 pontos, para 91,5 pontos, o maior valor desde setembro de 2014 (92,3 pontos).

O indicador de carteira de contratos foi o que mais contribuiu para o resultado positivo do ISA, ao avançar 5,7 pontos para 90,2 pontos. O índice de situação atual dos negócios subiu 4,5 pontos, para 92,9 pontos. Ambos os indicadores não ultrapassavam o nível de 90 pontos desde dezembro de 2014.

Expectativas em alta 

As expectativas também continuaram se recuperando e se aproximaram do nível de neutralidade (100 pontos).

O Índice de Expectativas (IE-CST) subiu 2,3 pontos, para 99,1 pontos, valor muito próximo ao de fevereiro, período pré-pandemia (99 pontos). Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios avançaram 2,3 pontos e 2,2 pontos, para 99,1 pontos e 99 pontos respectivamente.

Custo e escassez de materiais 

A Sondagem também mostrou que, nos últimos meses, na medida em que a preocupação com a pandemia diminuiu, aumentaram as assinalações de dificuldades com fornecedores e com o custo dos insumos no setor.

Em outubro, entre as principais limitações para a melhoria dos negócios, destacou-se o Custo da Matéria-Prima com o maior percentual de citações da série histórica da sondagem (20,7%), iniciada em julho de 2010.

O problema com fornecimento de insumos também se evidencia nas assinalações de Escassez de Materiais (9,3%).

A dificuldade apontada pelos empresários reflete os aumentos nos preços de vários insumos, com destaque para aqueles que compõem a fase de estrutura da obra, pressionando fortemente os custos setoriais. Em setembro, o componente do INCC-M relativo a Materiais e Equipamentos registrou a maior alta em 12 meses desde abril de 2009.

Utilização da capacidade 

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) aumentou 2,4 pontos percentuais (p.p.), para 74,5%. O resultado positivo é combinação da melhora do nível de atividade de Máquinas e Equipamentos, com aumento de 2,6 p.p., para 66,1%, e de Mão de Obra, com crescimento de 2,3 p.p., para 75,9%.

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