Confiança do empresário da construção aumenta gradualmente 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança do empresário da construção aumenta gradualmente 

A Sondagem Nacional da Construção da Fundação Getulio Vargas mostra que o empresário da construção recupera gradualmente a confiança, mas ela ainda não chegou ao patamar de otimismo. A pesquisa, cuja pontuação vai de 0 a 200 (otimismo a partir de 100), coletou informações de 652 empresas, entre 1 e 24 de agosto.

O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 4,1 pontos, alcançando 87,8 pontos em agosto. Após quatro meses consecutivos de alta, o índice recuperou 82% dos pontos perdidos em março e abril desse ano.

De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, “a sondagem mostra que a confiança dos empresários da construção está próxima do patamar pré-Covid, refletindo a evolução favorável de seus dois componentes. Contudo, mesmo com a retomada a um cenário anterior de atividades, o ciclo produtivo foi afetado, uma vez que durante a pandemia muitos negócios foram adiados ou cancelados. Para 35,6% das empresas, os negócios continuam fracos, contra 29% em fevereiro, o que significa que a retomada está sendo mais difícil para algumas delas.”

O resultado positivo do ICST foi influenciado por perspectivas menos pessimistas para os próximos meses e principalmente pela melhora da situação corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-ST) aumentou 5,8 pontos, para 81,8 pontos, ficando 4,9 pontos abaixo de fevereiro (86,7 pontos), o maior valor desse ano.

O indicador de situação atual dos negócios subiu pelo terceiro mês consecutivo e foi o quesito que mais contribuiu para a recuperação do ISA-CST em agosto, ao variar 6,8 pontos, para 84 pontos.

Além disso, o indicador de carteira de contratos avançou 4,9 pontos, para 79,8 pontos. Apesar da melhora, ambos permanecem abaixo do nível pré-pandemia.

O Índice de Expectativas (IE-CST) aumentou 2,4 pontos, para 94,1 pontos, recuperando 87,5% das perdas sofridas no bimestre março e abril. Os indicadores de demanda prevista e tendência dos negócios avançaram 1,9 e 2,7 pontos, para 94 e 94,1 pontos, respectivamente.

Fatores limitativos 

A economista destaca que a sondagem registrou uma queda expressiva de assinalações no quesito Demanda Insuficiente como fator de limitação – depois de alcançar 60,3% em abril, caiu para 44,4% em agosto. Esse é o menor percentual desde fevereiro de 2015 (44,1%) e está, em grande parte, relacionado ao bom desempenho recente das vendas no mercado imobiliário residencial, comenta Ana Maria.

Ela também aponta o aumento de assinalações em Escassez de Material e/ou Equipamentos, que alcançou 7,8%, o maior percentual desde setembro de 2010 (9,8%). É provável que essa dificuldade esteja relacionada ao crescimento expressivo da demanda de materiais por parte das famílias, que vem sendo registrado pelo comércio varejista, avaliou Ana Castelo.

Utilização da capacidade 

O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) subiu 3,6 pontos percentuais (p.p.), para 73,5%. Pelo terceiro mês consecutivo, a maior contribuição veio do Nuci de Mão de Obra, que avançou 3,8 p.p., para 75,2%. Já o Nuci de Máquinas e Equipamentos aumentou 2,6 p.p. para 64,5%.

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