Confiança da construção cai, apura a CNI 

Rafael Marko

Por Rafael Marko

Confiança da construção cai, apura a CNI 

O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção (Icei-Construção) caiu 3,2 pontos em dezembro, para 56,9 pontos. Apesar da queda, o índice ainda se situa acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica que os empresários do setor seguiriam moderadamente confiantes.

Este é um dos resultados da Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), de 4 a 15 de janeiro, com informações de 445 empresas, sendo 156 pequenas, 192 médias e 97 grandes.

De acordo com a pesquisa, a queda da confiança da construção em janeiro de 2021 teve grande influência da deterioração da percepção da indústria da construção sobre as condições atuais da economia brasileira.

Preços dos insumos 

Em primeiro lugar no ranking de principais problemas enfrentados pela indústria da construção no quarto trimestre está a falta ou alto custo da matéria-prima. O percentual de empresas da construção que enfrentam o problema subiu de 39,2% para 50,8% entre o terceiro e o quarto trimestre, um avanço de 11,6 pontos percentuais.

A elevada carga tributária aparece em segundo lugar na lista, com 26,8% das assinalações de múltipla escolha. A demanda interna insuficiente caiu da terceira para a quarta posição entre os principais problemas e a burocracia excessiva tomou a terceira colocação, enfrentada por 24,1% das empresas.

Expectativas 

Os índices de expectativa da construção avançaram em janeiro de 2021, sobretudo para a compra de insumos e matérias-primas. O índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas avançou 2,5 pontos para 57 pontos. Já os índices de expectativa do nível de atividade, do número de empregados e de novos empreendimentos avançaram respectivamente 1,6, 0,9 e 0,5 ponto.

A intenção de investir da indústria da construção aumentou 1,3 ponto em janeiro de 2021 e agora se situa em 44 pontos. O índice está acima da sua média histórica de 34,6 pontos e em níveis iguais aqueles observados no início de 2020, antes da crise provocada pela pandemia.

Atividade menor 

Em dezembro, a produção e o emprego da indústria da construção recuaram. O resultado era esperado para o mês, que costuma registrar recuo da atividade. O índice de atividade da indústria de construção foi de 46,3 pontos em dezembro. Em dezembro de 2019 o índice havia ficado em 45,8 pontos.

Já o índice de evolução do número de empregados ficou em 46,9 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, mas ainda acima de sua média histórica, 44,1 pontos.

A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) caiu de 63% para 62%. O indicador, entretanto, atingiu o maior nível para o mês de dezembro desde 2014. Nos últimos anos, em dezembro de 2017, 2018 e 2019, a UCO havia sido de, respectivamente, 58%, 57% e 59%.

Finanças e lucro 

A insatisfação das empresas da construção com a situação financeira se reduziu no quarto trimestre de 2020. Os índices de satisfação com a situação financeira e de satisfação com margem de lucro operacional aumentaram, mas seguem abaixo dos 50 pontos.

O indicador de satisfação com a situação financeira aumentou 3,9 pontos no quarto trimestre, alcançando 47,2 pontos. O índice de satisfação com a margem de lucro operacional também cresceu, com um avanço de 2,5 pontos no trimestre, atingindo 47,2 pontos. Ambos os indicadores se situam acima de suas respectivas médias históricas desde o terceiro trimestre de 2020.

O índice de acesso ao crédito apresentou piora, com um recuo de um ponto, para 36,9 pontos. Ele segue, porém, próximo aos níveis do quarto trimestre de 2019 e acima da sua média histórica. O índice segue, também, muito abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que indica dificuldade de acesso ao crédito.

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