Comasp debateu Finanças Sustentáveis com importantes players do mercado

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Comasp debateu Finanças Sustentáveis com importantes players do mercado
Belinky, Simone, Maria Tereza, Carolina, Villas Bôas, Macedo debateram juntos em evento do Comasp

No encontro Finanças Sustentáveis – Estímulos e Barreiras para setor imobiliário, realizado pelo Comitê de Meio Ambiente (Comasp) gratuitamente no dia 27 de agosto, o seu coordenador, Fabio Villas Bôas, afirmou que o Comasp tem feito uma série de ações no sentido de melhorar o setor em relação aos edifícios e as construções sustentáveis em geral.

Essa é uma tendência irreversível no mundo inteiro. Em alguns países edifícios públicos compulsoriamente devem seguir padrões de sustentabilidade por questões legais. “O Brasil não tem ainda legislação, mas já estamos trabalhando nisso em alguns grupos de trabalho que fazem essa proposição da exigência de parâmetros de sustentabilidade, que farão diferença para as gerações futuras e para própria economia do país”.

Villas Bôas ressalta que ainda é necessário evoluir muito no setor de legislação para que seja possível maximizar a utilização dos recursos e consequentemente ter um resultado mais eficaz.

Aron Belinky, sócio líder da ABC Associados, ressaltou que a questão das finanças e da sustentabilidade tem crescido em importância nas empresas ESG  que tenham práticas ambientais, sociais e de governança e fundos mais tradicionais já trazem à tona a questão, seja do ponto de vista de evitar certos riscos quanto para investimentos em negócios que tenham perspectivas melhores no curto e longo prazos por conta da melhor gestão e da sustentabilidade.

Rhaiana Santana, chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério de Desenvolvimento Regional e coordenadora do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQPH) destacou a importância da Portaria nº  660, de 14 de novembro de 2018 e da criação, pelo governo federal, do Programa Casa Verde e Amarela (PCVA), que reformulou e ampliou o Programa Minha Casa, Minha Vida. “Esperamos evoluir nos critérios de sustentabilidade, mantendo o que já foi conquistado até agora, incluindo novos critérios e mantendo o PBQP-H”, afirmou.

Instituições Financeiras 

O banco Santander busca acelerar a questão de como as empresas incorporam os aspectos de ESG em seus negócios. “As empresas que já apresentam isso em seu DNA estão mais preparadas para o mercado e para o futuro muito próximo”, afirmou Carolina Learth, superintendente de Negócios Sustentáveis. “Em relação à sustentabilidade na indústria da construção civil faltam ainda importantes discussões sobre a paisagem urbana, questões sociais não só do ponto de vista da mão de obra quanto o envolvimento da comunidade. Vamos apoiar cada vez mais esse tema para acelerar o desenvolvimento do país”, afirmou Carolina.

O setor financeiro tem interesse em ampliar as conversas com toda a cadeia por meio de um Grupo de Trabalho para que possam desafiar o mercado juntos. O convite foi realizado por Carolina para todos os participantes do webinar.

Simone Monice, gerente executiva da Gerência Nacional de Normas e Padrões da vice-presidência de Habitação da Caixa Econômica Federal destacou entre as ações de sustentabilidade do banco no setor de construção civil, o  Guia Metodológico de Cálculo de Pegada Hídrica em Edificações, realização do SindusCon-SP com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Caixa. A publicação visa orientar a mensuração da pegada hídrica das edificações por meio de métricas claras e padronizadas, o que permitirá avaliações comparativas e subsidiará tomadas de decisão que potencializem a adoção de práticas positivas e a gestão de recursos hídricos.

Além disso, pontuou o pioneirismo da instituição financeira com o lançamento em 2009 do selo Casa Azul, um instrumento de classificação socioambiental destinado a empreendimentos habitacionais que adotam soluções eficientes nas edificações. “Agregar o valor de sustentabilidade e questões ambientais aos projetos tem se tornado cada vez mais um diferencial competitivo”, afirmou Simone, destacando que os consumidores também tem sido cada vez mais críticos e exigentes em relação à qualidade na funcionalidade do espaço.

Consumidores

Em relação ao que os consumidores do futuro buscam, Amanda Costa, empreendedora do PerifaSustentavel e mobilizadora de redes do Youth Climate Leaders pontuou que “gostaria de incentivar a todos a pensarem em sustentabilidade de uma forma estratégica e nos benefícios e nas vantagens de ter um empreendimento sustentável porque ao mesmo tempo que cuida do planeta está atendendo uma demanda das futuras gerações”.

A nova geração não se preocupa apenas com compliance. O alerta é do gerente executivo de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da Caixa, Morenno de Macedo. “Estamos passando por uma transição entre o atendimento à legislação ambiental e de direitos humanos para gerar um impacto positivo. Se antes a discussão era minimizar os impactos negativos ou externalidades dos projetos, hoje discutimos como as empresas, produtos e serviços conseguem gerar impacto positivo e ir além. Morar bem vai muito além da casa por dentro. Temos que ter a integração do meio urbano”.

Sustentabilidade

Do ponto de vista da elaboração de projetos com menor emissão de Gases de Efeito Estufa – GEE, Daniel Wagner, assessor técnico da Agência de Cooperação Alemã – GIZ destacou a CECarbon, uma ferramenta de cálculo de emissão de gases de efeito estufa e consumo energético que está sendo elaborada em parceria com o SindusCon-SP e o Projeto Eficiência Energética no Desenvolvimento Urbano Sustentável (EEDUS) da GIZ e da Secretaria Nacional de Habitação (SNH) do Ministério de Desenvolvimento Regional. É uma calculadora que permitirá a construtoras e incorporadoras uma padronização para a obtenção dos inventários de emissões e da energia incorporada para os empreendimentos.

O setor bancário exerce papel catalisador para o desenvolvimento sustentável. Nesta busca por investimentos que geram valor econômico social e ambiental, as instituições bancárias tem criado linhas para estimular projetos com essas preocupações. “Mas podem também criar barreiras para as empresas que não sigam esses princípios e assim não consigam investimento”, afirmou Maria Tereza Gomes, sócia-diretora da Jabuticaba Conteúdo e moderadora do encontro.

Apoiaram o evento: ABECIP – Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção, GBC BRASIL- Green Building Council Brasil, ABECE – Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, ABRASIP – Associação Brasileira de Engenharia de sistemas prediais, ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, PROACÚSTICA, ABRINSTAL – Associação Brasileira pela Conformidade e Eficiência das Instalações, SECOVI-SP- Sindicato da Habitação e Fecomercio-SP – Federação Do Comércio De Bens, Serviços e Turismo Do Estado De São Paulo.

Caso queira ver o encontro, clique aqui

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