CBIC confirma aumento de vendas e lançamentos no primeiro semestre

Rafael Marko

Por Rafael Marko

CBIC confirma aumento de vendas e lançamentos no primeiro semestre

O número de imóveis residenciais novos vendidos em 162 municípios do país, sendo 20 capitais, aumentou 46,1% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2020. Na comparação do segundo trimestre com o primeiro deste ano, a alta foi de 7,2%.

Os dados foram divulgados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em 23 de agosto. Os lançamentos de novas unidades cresceram 51,3% no segundo trimestre, em comparação com o primeiro. No primeiro semestre, o crescimento foi de 57,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os maiores crescimentos se registraram nas regiões Norte e Nordeste, que no 2º trimestre tiveram aumento de 162,9% e 127,5%, respectivamente, nas unidades lançadas em relação ao 1º trimestre de 2021.

José Carlos Martins, presidente da CBIC, observou que “o setor está vendendo muito bem, o mercado é um grande comprador, mas o que preocupa são os lançamentos. O preço do imóvel subiu, mas nada proporcional ao aumento de insumos. Esse medo faz com que muitas empresas reduzam seus lançamentos, e assim, nosso mercado tende a acelerar os preços de vendas na sequência”, afirmou.

Segundo o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, considerando o acumulado de 12 meses, as vendas cresceram 153% nos últimos quatro anos. Ele atribuiu este efeito, em grande parte, às taxas de juros convidativas de pessoa física, em torno de 8%. “Não existe a expectativa do setor de que a taxa de juros, mesmo nos juros futuros, atinja 2 dígitos. Acredito que vamos até o fim do ano nessa faixa de 8%, que continua sendo bastante atrativa para o investidor”, disse.

Melhor trimestre 

No acumulado de 12 meses, os lançamentos aumentaram 115% em relação a 2017. Petrucci destacou que foi o melhor trimestre da série histórica. “O crescimento existe, mas se observarmos os números de lançamentos x vendas, as vendas abrem uma margem grande, o que dá uma leitura de aumento dos preços”, comentou.

As vendas cresceram em quase todas as regiões do país no segundo trimestre deste ano em relação aos meses iniciais de 2021. Norte e Nordeste registraram os maiores aumentos do período. A região Norte teve aumento de 25,4% (1.676 unidades) e o Nordeste cresceu 28,7% (13.428 unidades). Já as vendas na região Sul tiveram queda de 22,9% (9.986 unidades).

A oferta final de imóveis no segundo trimestre de 2021, na comparação com o primeiro, apresentou queda de 2,3%. Considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, na hipótese de não haver novos lançamentos, a oferta final se esgotaria em oito meses.

O presidente da CBIC disse que a oferta menor resultará no aumento de preços dos imóveis, que não estão acompanhando o Índice Nacional da Construção Civil (INCC). “Apesar do otimismo conservador, nós temos uma preocupação real com INCC e com o equilíbrio do mercado para 2022”.

Para Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain Inteligência Estratégica, o aumento dos insumos é a grande preocupação para o futuro do setor. “Nós temos observado a necessidade de recálculo de inúmeros lançamentos. Não fosse a alta de preços teríamos um resultado muito melhor, pois vários imóveis que já estavam previstos para serem lançados foram recalculados, com o aumento da obra chegando a 15%, o que fez o projeto voltar para a prancheta”, destacou Araújo.

Casa Verde e Amarela 

A representatividade do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA) sobre o total de lançamentos, no 2º trimestre, foi de 48%. Sobre o total de vendas, essa participação foi de 49%. No 1º trimestre, a representatividade do programa sobre o total de lançamentos era de 55,6% e sobre o total de vendas, 51,5%.

Para Petrucci, a queda dos números reforça a necessidade de adequação do programa. “É extremamente necessária a revisão dos limites operacionais do Casa Verde e Amarela, uma proposta que já está em andamento no Ministério do Desenvolvimento Regional junto ao conselho curador do FGTS, o que será muito bom para o mercado. A revisão da curva de subsídios é fundamental para o bom andamento do mercado no restante do ano”, reforçou Petrucci.

Martins destacou que o impacto dos aumentos dos insumos é maior em imóveis populares e podem prejudicar o programa habitacional. “O aumento dos insumos impacta muito mais os projetos do Casa Verde e Amarela que os demais padrões, pois as margens das empresas no CVA são menores e mais sensíveis aos aumentos de preços de lançamentos e vendas”.

Veja a apresentação.

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