Opinião: Boa notícia na habitação popular

Redação SindusCon-SP

Por Redação SindusCon-SP

Opinião: Boa notícia na habitação popular

A percepção dos empresários da indústria da construção sobre o desempenho da atividade de suas empresas voltou a se mostrar ligeiramente mais pessimista em fevereiro, depois de oito meses consecutivos de melhora gradual dos indicadores das sondagens que fazem essa medição.

O Índice de Situação Atual da Sondagem da Construção da FGV (Fundação Getulio Vargas) declinou 0,7 ponto, ficando em 74,4 pontos. Já o Indicador das Expectativas para os próximos três meses manteve-se praticamente estável, oscilando 0,1 ponto e atingindo 96 pontos.

A percepção mais negativa em relação à atividade ocorreu principalmente entre as construtoras de edificações. Neste segmento, a participação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) é de dois terços do mercado, com elevado potencial de geração de moradias e emprego.

Os empresários deste segmento estavam preocupados com a drástica redução do ritmo do programa. As contratações do MCMV totalizaram apenas 14 mil unidades residenciais em janeiro, uma queda de 82% na comparação com as 78 mil moradias contratadas no mesmo mês de 2018.

Embora os dados de fevereiro ainda não tenham sido divulgados, os empresários do setor não sentiram melhoras na contratação.

Uma das principais razões para esta puxada de freio foi a determinação da equipe econômica de liberar mensalmente apenas 1/18 dos recursos do Orçamento, em vez do duodécimo usual (1/12). Com isso, escassearam os subsídios que complementam os recursos do FGTS destinados ao programa Minha Casa.

O volume de subsídios também já havia sido reduzido por conta de um Orçamento menor neste ano. Além disso, os recursos do Fundo de Garantia para o MCMV em 2019 encolheram 5%, na comparação com 2018.

Na semana passada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, que responde pelo programa, admitiu que nos primeiros dois meses deste ano o MCMV recebeu apenas a metade da dotação mensal de R$ 300 milhões, necessária para sua operação. Ele informou estar buscando adiantar recursos do Orçamento de R$ 1,35 bilhão, junto ao Ministério da Economia e à Casa Civil.

Na sequência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu uma delegação da construção civil. Anunciou ter autorizado a liberação de recursos para pagamento dos atrasados do MCMV e mostrou empenho em que as verbas do programa sejam de fato a ele destinados.

Decisão acertada, pois Minha Casa, Minha Vida é tão relevante para a execução da política habitacional e a geração de empregos, que se tornou praticamente uma política de Estado.

Opinião do SindusCon-SP publicada na Folha de S. Paulo em 3/3/2019

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