Autismo: o diagnóstico precoce é fundamental, alerta Seconci-SP 

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Por Publieditorial Seconci

Autismo: o diagnóstico precoce é fundamental, alerta Seconci-SP 

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril) foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, e tem como objetivo derrubar preconceitos e levar esclarecimento sobre esse problema que afeta cerca de 70 milhões de pessoas no mundo, visando a sua inclusão de fato na sociedade. Flávia Lopes Augusto Sampaio, assistente social do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), explica que o autismo é um termo que descreve o transtorno no desenvolvimento neurológico, conhecido como TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), que não tem cura e envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, em uma graduação que vai de leve à severa.

“Ele é mais prevalente em meninos. A cada cinco crianças com autismo, quatro são do sexo masculino. Ainda não se descobriu a causa real, estudos mais recentes colocam a genética como um fator de destaque, assim como os gatilhos ambientais, como por exemplo, a poluição. A base genética pode ser hereditária, em que os pais passaram para o filho; ou uma mutação nova, que aparece somente na criança. O que é consenso entre os especialistas é a importância do diagnóstico precoce”, afirma Flávia.

Uma criança com autismo tem alterações significativas em três campos: comunicação, interação social e comportamento, na forma de aprender e pensar. Essas alterações interferem no desenvolvimento infantil antes dos três anos e são alguns dos sinais de alerta para os pais. “Os sintomas do TEA são muito vastos, os principais são a demora ou ausência de comunicação, como o atraso de fala, mímica e gestuais, e a interação social. Mas há outros, como dificuldades graves de sono, não manifestar emoções nas expressões faciais, fazer movimentos repetitivos e estereotipados, ter preferência por empilhar os brinquedos, apresentar interesses restritos e, quando bebês, podem não olhar para a mãe quando amamentados”, descreve.

Ela destaca que são fundamentais as visitas periódicas ao pediatra nos primeiros 18 meses de vida. “É fato que cada um tem seu tempo, uns andam mais cedo, outros falam mais precocemente, mas o médico poderá avaliar se o período de cada aquisição do desenvolvimento motor, de linguagem e social está dentro do padrão da normalidade. O diagnóstico do TEA pode ser feito entre um e três anos de idade. Há bebês que manifestam perdas na linguagem e interação após os 12, 18 meses de idade. Isso acaba se tornando mais evidente para a família, devido à regressão”.

Flávia reforça o papel das famílias em observar a criança desde os seus primeiros meses de vida. O pediatra pode ajudar nessa avaliação inicial, se há de fato um atraso no desenvolvimento, porém, para fechar o diagnóstico é preciso que seja feita uma avaliação completa por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos (pediatra, neurologista e psiquiatra), psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, assistente social e nutricionista. “A avaliação nunca é feita em um único atendimento e pode levar meses, pois é necessário avaliar o comportamento da criança, seu desenvolvimento e relações familiares”.

Janelas de oportunidade 

Uma vez confirmado o diagnóstico, têm início os métodos terapêuticos de tratamento, que devem ser realizados sempre por equipes multiprofissionais. Cada criança é única, mas algo comum a todas é que é preciso estimulá-la intensamente e quanto mais cedo, melhor.

“As janelas de oportunidade são períodos em que o aprendizado de determinada habilidade e competência acontece de maneira mais fácil, quando a pessoa é exposta a estímulos e experiências para esse determinado aprendizado. O que não significa que se esse momento ideal passou, a criança não irá mais conseguir aprender tal habilidade, apenas exigirá mais esforço”, ressalta Flávia.

Na rede pública, tanto para o diagnóstico, como tratamento, os pais devem se dirigir às unidades do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) infantojuvenil. Mas há também organizações especializadas sem fins lucrativos e algumas universidades, que oferecem esse atendimento.

A assistente social lembra que, em dezembro de 2012, foi decretada a Lei nº 12.764, chamada de Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Esta lei reconhece que as pessoas com TEA têm os mesmos direitos que todas as outras pessoas com deficiência no Brasil, garantindo, por exemplo, que os autistas podem frequentar escolas regulares e, se necessário, solicitar acompanhamento nesses locais.

Tendo acesso à estimulação adequada, feita pela equipe multidisciplinar e pela família e escola, a criança com autismo pode conseguir atingir um desenvolvimento mais próximo do considerado típico para cada faixa etária. “Minha recomendação é: observe, avalie e busque ajuda se notar algo diferente. O melhor para uma criança autista é ser estimulada o mais precocemente e a família desempenha um papel primordial nesse processo de evolução. O diagnóstico não é uma sentença, portanto não desistam dos seus filhos. Com acompanhamento e tratamento adequados, o desenvolvimento é certo”, enfatiza Flávia.

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