2º Seminário iCON Hub de Inovação tratou de tecnologia imersiva na construção civil

Daniela Barbará

Por Daniela Barbará

2º Seminário iCON Hub de Inovação tratou de tecnologia imersiva na construção civil

Evento apresentou resultados do programa de inovação aberta do hub e explorou aspectos do “futuro híbrido”

O iCON Hub, iniciativa de inovação aberta liderada pelo SindusCon-SP e Neo Ventures, realizou de forma híbrida o 2º Seminário iCON Hub de Inovação em 17 de maio. Nesta edição, o tema foi “Tecnologias Imersivas – Construindo o Futuro Híbrido”, com discussões sobre as aplicações de tecnologias como AR (Realidade Aumentada), VR (Realidade Virtual), XR (Realidade Estendida), MR (Realidade Mista), e o conceito mais debatido no momento: o Metaverso. 

Inovação 

Presidente do SindusCon-SP, Odair Senra

A abertura do evento foi realizada pelo presidente do SindusCon-SP, Odair Senra que ressaltou que a indústria da construção, que não parou durante a pandemia, enfrenta agora novos desafios. “Os preços dos insumos continuam aumentando. Esta conjuntura obriga as construtoras a otimizar seus processos e elevar a produtividade. Neste cenário, inovações são mais do que bem-vindas. E o iCON Hub mais uma vez nos traz novidades do mundo da tecnologia, que podem beneficiar as nossas empresas”, complementando que o momento não poderia ser mais oportuno para discutir as possibilidades abertas pelas tecnologias imersivas e pelo Metaverso para as nossas empresas”, afirmou. 

Na sequência, o painel Cenário Atual e Perspectivas da Inovação na Prática foi apresentado por Bruno França Pádua, co-fundador e CEO da Neo Ventures, que está à frente da operação de 5 hubs setoriais, incluindo o iCON Hub, em parceria com o SindusCon-SP. 

Bruno França Pádua, co-fundador e CEO da Neo Ventures

Ao abordar a prática de inovação, o representante da Neo Ventures pontuou o papel da gestão da inovação como uma disciplina de gestão da empresa, e apresentou a Jornada da Inovação a ser percorrida em cinco etapas – capacitação, cultura e sensibilização; inovação interna; inovação aberta; inovação descentralizada; e, por fim, desenvolvimento de novos negócios e mercados. 

Pádua apresentou ainda um quadro bastante didático de Classificação das Iniciativas de Inovação, onde foi possível compreender como diferentes iniciativas como Labs de Inovação, Hubs, Fundos de CVC, entre outras, são consideradas em relação ao grau de colaboração interna versus participação externa, e assim entender o potencial de cada iniciativa em servir à estratégia da empresa. 

Ciclo 4 

O evento contou também com a apresentação das soluções para os desafios apresentados no Ciclo 4 deste Programa de Inovação Aberta pelas startups Pilar I9 e Yank! Solutions, que ainda estão terminando os pilotos, mas já são uma experiência positiva para a Trisul, que lançou os desafios e realizou as provas de conceito. 

Álvaro Pais, co-fundador da Pilar I9, plataforma de gerenciamento de serviço e comunicação, destacou que dentro de um processo de gestão de obra é necessário o acompanhamento em tempo real de prazos de entregas, conforme o desafio. “Assim, com o objetivo de documentar, padronizar e divulgar a ata realizada em obra com empreiteiros, a solução encontrada compila dados iniciais da obra, disciplina a empresa participante da ata, a inclusão de assunto com inserção de anexos, a criação de tarefas vinculadas ao assunto e por fim, o envio da ata por WhatsApp e por e-mail com o acesso ao pdf”. 

Jéssica Santos, coordenadora de Obras da Trisul e Suleir Branco, Head do Trisul Lab e Superintendente de TI e Processos da Trisul S/A,

A engenheira Jéssica Santos, coordenadora de Obras da Trisul, pontuou que a implementação no canteiro de obras é sempre um desafio porque existe uma rotina bem acirrada. Sobre o processo de implementação, Jessica destacou que “após as definições, iniciamos os testes da plataforma, elaborando novas atas durante reuniões realizadas no canteiro. Nesse período, foram feitos os ajustes para aprimorar a eficiência do projeto e atender as necessidades da obra”. 

Flavio Augusto, coordenador de Contas a Pagar da Trisul apresentou o desafio “Como otimizar a análise e consolidação do fluxo de caixa’. “Com a automação deste processo a equipe financeira se dedicará mais à análise dos dados que ao processo de extração, organização e apresentação do fluxo de caixa. Neste momento estamos na fase de validação dos dados e o maior anseio é ver os valores corretos”, destacou Augusto. 

Para Flavio Mendes, representante da Yank! Solutions, a hiperautomação é parte importante de um processo de transformação digital, uma oportunidade para a reinvenção de modelos operacionais e otimização de resultados. “A combinação de ferramentas como Inteligência Artificial (IA), Robotic Process Automation (RPA), iBPMS, Process Mining e Machine Learning possibilita a automação de praticamente qualquer tarefa repetitiva e de processos complexos”.

Encerrando a participação da mantenedora no evento, Suleir Branco, Head do Trisul Lab e Superintendente de TI e Processos da Trisul S/A, destacou mais uma vez a importância do apoio e do comprometimento do iCON Hub nos ciclos dos Programas de Inovação abertas do hub. “São inúmeras lições aprendidas e experiências e sempre com um importante acompanhamento da equipe em todas as fases do programa. As soluções encontradas superaram as expectativas e ao mesmo tempo ajudaram o ecossistema de inovação e tecnologia na construção civil”, afirmou. 

Tecnologias Imersivas 

keynote speaker Tiago Ricotta, Latam Customer Experience Manager da Trimble. 

O que é o futuro híbrido e como trilhar a jornada híbrida? Os questionamentos permearam a apresentação sobre Tecnologias Imersivas -Como estamos construindo o futuro híbrido, realizada pelo keynote speaker Tiago Ricotta, Latam Customer Experience Manager da Trimble. 

As respostas, para Ricotta, estão pautadas pelo foco na experiência das pessoas e em uma combinação de fatores que envolvem o Phygital (físico + digital), web3, NFT e propriedades digitais, gadgets imersivos e, por fim, conexão e escalabilidade. 

A visão de um futuro híbrido para Ricotta ainda não existe, pois “Antes de 2020 o futuro era caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade – o chamado futuro VUCA, enquanto no pós 2020 ele está sendo chamado de BANI: frágil, ansioso, não-linear e incompreensível (do acrônimo brittleanxiousnonlinearincomprehensible)”. 

Captura de Realidade 

Chase Olson, fundador da Smart Sky Tech Hub

Endereçando o tema do evento, Chase Olson, fundador da Smart Sky Tech Hub, demonstrou a relação entre Captura de Realidade e Tecnologias Imersivas 

Citando a Autodesk, destacou que um gêmeo digital é uma representação digital de um objeto ou ambiente físico que compreende não só a modelagem 3D, mas também informações dinâmicas e que evoluem em tempo real, para enfatizar a importância de um processo contínuo de captura de realidade. 

De acordo com Olson, a concepção do uso do BIM no ambiente público serve para justamente ser o “gêmeo digital” de uma cidade com informações geométricas, de planejamento, financeiras, cronograma, material, aspectos de execução, zoneamento, uso e ocupação de solo, fluxo de pessoas, fluxo de veículos, base cartográfica e outras informações essenciais para um governo. 

“Essa combinação de várias camadas entre o mundo virtual e físico permite a análise de dados e o monitoramento de sistemas para evitar problemas antes mesmo que eles ocorram, evitar paralisações, desenvolver novas oportunidades e até mesmo planejar o futuro por meio de simulações”, pontuou. 

“Atualmente há ferramentas que capturam o estado real de um ambiente ou canteiro de obra levantando informações das suas características, cores e dimensões a fim de obter um levantamento de todas as informações possíveis melhorando a eficiência do input para modelos BIM”. 

Project Information Model (PIM) 

Em sua participação, Olson destacou que a captura de realidade é fundamental para tornar o modelo BIM eficiente na obra. Por meio da digitalização da operação, o ambiente real é capturado por tecnologias como: drone, matterport, laser scanner e cãmera 360°, processando os dados capturados, de modo a obter uma maior eficiência no modelo BIM. Olson ainda descreveu o que ele denominou como Project Information Model (PIM), que é a integração da captura de realidade ao modelo BIM, aos softwares de engenharia, à IoT e às demais tecnologias “ajudando a reduzir custos e aumentar a produtividade e o lucro”. 

Mercado Imobiliário 

Francisco Toledo, CEO e fundador da iTeleport

Francisco Toledo, CEO e fundador da iTeleport apresentou o Guia das Tecnologias Imersivas e Interativas para o Mercado Imobiliário. Elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre Realidade Estendida (XR) do Secovi-SP, a publicação traz informações importantes sobre as atuais tecnologias do universo híbrido como Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR), Realidade Mista (MR) e apps desktop versus webGL. 

Além disso, segundo Toledo, a publicação apresenta de forma clara e eficiente as diferenças das plataformas de tour virtual 360º e 3D, ressaltando os prós e contras de cada uma e como fazer a escolha acertada. Acesse o material aqui.

Felipe Cunha, CEO e fundador da Beups

Felipe Cunha, CEO e fundador da Beupse, startup com foco em tecnologias inovadoras para o setor da construção e incorporação imobiliária, como a personalização de acabamentos em projetos em 3D. Felipe explicou que a palavra “metaverso” pode ser utilizada como nós utilizamos a palavra “internet”, ou seja, não deve ser confundida com uma única plataforma, assim como não se confunde um website com a própria internet. Além disso, apresentou as sete regras do Metaverso, sendo: existe apenas um metaverso; ele é para todos; ninguém o controla; ele está aberto; é independente de Hardware; é uma rede; e é a Internet. Frente aos novos conceitos e mescla de tecnologias que compõem o metaverso, o iCON Hub, em parceria com a Beupse, apresentou em primeira mão o ambiente virtual do seu hub que será lançado em junho na plataforma do Argos.Land, considerada a 1ª plataforma de metaverso do Brasil. 

Para Otávio de Castro, sócio-fundador da OGA Arquitetura, “projetar arquitetura para os atuais ambientes virtuais e físicos deve ter em primeiro lugar como parâmetro as pessoas”.

Tendo em vista projetos híbridos, Castro destacou que “manter a materialidade do que se conhece é importante, para se conectar ao mundo que sentimos e vemos” e, neste sentido, “devem buscar elos entre o físico e o virtual”, complementou o arquiteto. 

iCON Hub 

Guilherme Rosa, head do iCON Hub

Em sua apresentação, Guilherme Rosa contextualizou a iniciativa do iCON Hub em explorar o metaverso “colocando a mão na massa”, ou seja, aproximando-se da experiência de desenvolver o projeto em uma plataforma em que pudesse criar colaborativamente o ambiente virtual e suas funcionalidades. No caso, a plataforma será a Argos.Land e contará com a presença do SindusCon-SP e iCON Hub em um terreno virtual.

“Nossa ideia é a de experimentar e acelerar o aprendizado dessas tecnologias imersivas junto com as nossas mantenedoras, para que as empresas possam entender as oportunidades existentes e traçar suas ações nesse tipo de plataforma a partir dessa experiência com o iCON Hub”, disse Rosa. Além disso, mencionou o objetivo de capturar oportunidades promovendo conexões e buscando parceiros de aprendizado e de negócios. 

Rosa ainda convidou a todos para a Live no dia 14/06 com Felipe Cunha, quando poderão apresentar mais detalhes do projeto do iCON Hub na Argos.Land. 

Radar

  • O iCON HUb tem um canal de Telegram sobre Metaverso e Tecnologias Imersivas em AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção, onde estamos postando alguns conteúdos com curadoria. Quem quiser entrar, nós queremos continuar lá as discussões e insights gerados por este evento, comentar as palestras, é só acessar https://t.me/metaversoiconhub 
  • Cidades inteligentes – Smart Cities – é um tema que ganha cada vez mais relevância e o iCON Hub  entende que a cadeia da construção tem um papel essencial em qualquer concepção de cidade inteligente, inclusiva e sustentável. “Visando criar um caminho para fomentar que propostas inovadoras na cadeia da construção possam endereçar este tema, estamos iniciando uma parceria com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, que é uma instituição reconhecida pelas soluções tecnológicas e avanços regulatórios que tem conquistado nesta área. Nós contaremos em detalhes o teor desta parceria em uma live no início de julho”, informou Guilherme Rosa. 
Participantes fizeram networking nos intervalos do evento

No lounge do evento os participantes puderam conhecer algumas das tecnologias imersivas expostas pelos palestrantes. Atualmente o Hub conta com as mantenedoras: Plaenge, RFM e Trisul. O evento contou com o patrocínio da Atlas Schindler e Senior – Tecnologia para Gestão; e, o Estadão e Agência Blocco como parceiros institucionais. 

Apoiam o evento Abrainc, Abramat, Acate Construtech, Aconvap, Ademi-PR, Aelo, Asbea-SP, Associação dos Engenheiros e Arquitetos de SJC, Parque Tecnológico – São José dos Campos, Ipog, Poli-Integra, Seconci-SP e Secovi-SP. 

As fotos do evento estão disponíveis aqui.

Live

Realizamos no dia 10 de maio em nosso Instagram uma live para tratar dos temas do evento. Participaram os especialistas em marketing Francisco Dullius da Agência Blocco, que atua exclusivamente com construtoras e incorporadoras; e, Ely Santos, especialista em Marketing no Metaverso. O mediador foi João Parreiras, Corporate Accelerator da Neo Ventures. Assista a íntegra aqui.

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