Emprego na construção cai 1,13% em julho, a 22ª vez consecutiva, aponta SindusCon-SP

Enzo Bertolini

Por Enzo Bertolini

Emprego na construção cai 1,13% em julho, a 22ª vez consecutiva, aponta SindusCon-SP

A construção civil brasileira registrou queda de -1,13% no nível de emprego em julho na comparação com junho – a 22ª queda consecutiva (desde outubro de 2014). Com o fechamento de 31,1 mil postos de trabalho, o saldo de trabalhadores ficou em 2,73 milhões.
Nos primeiros sete meses do ano houve corte de 170,3 mil vagas. Em 12 meses o saldo negativo chega a 468,8 mil empregos a menos. Desconsiderando efeitos sazonais*, o número de vagas fechadas em julho foi de 43,3 mil (-1,57%).
Os dados são da pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
A queda do nível de emprego na indústria da construção está diretamente associada a uma conjuntura econômica ainda recessiva, analisa o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto. “Embora os empresários do setor estejam menos pessimistas em relação ao futuro desempenho das construtoras, a persistência dos juros altos, o desemprego, o declínio da renda das famílias e as restrições à concessão de financiamentos determinam a atual escassez de novos investimentos no setor”, afirma.
Para Romeu Ferraz, cumpre ao governo sinalizar que prosseguirá buscando reequilibrar as contas públicas sem deixar em segundo plano as medidas prometidas de reativação do setor. “A manutenção do Programa Minha Casa, Minha Vida, o lançamento de 25 novas privatizações, a promessa de retomar 1.600 obras públicas paralisadas e o estudo para elevar o valor dos imóveis financiáveis pelo FGTS constituem uma sinalização positiva”, comenta.
Apenas no estado do Rio de Janeiro, o corte em julho na comparação com o mês anterior foi de 11.362 vagas (-3,82%). O impacto se deve, em parte, pelo término das obras para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. Em 12 meses houve redução de 20,20%.
Segmentação
Por segmento, imobiliário caiu 1,42% em julho na comparação com junho, seguido de infraestrutura (-1,18%). No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento imobiliário segue apresentando a maior queda (-17,87%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta quase todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Nordeste (-1,55%) e Sudeste (-1,42%). Apenas o Centro-Oeste apresentou alta (0,13%).
Tabela de emprego por região - 07.2016
Estado de São Paulo
Em julho, houve queda de 0,71% no emprego em relação a junho, com redução de 5,21 mil vagas. O estoque de trabalhadores foi de 736,3 mil em junho para 731,08 mil em julho. Desconsiderando a sazonalidade**, houve queda de 0,98% (-7,18 mil vagas).
No período, o segmento imobiliário e de obras de acabamento responderam pelo pior desempenho (-1,01% e 1%, respectivamente).
Na capital, que responde por 44,8% do total de empregos no setor, a queda em julho em relação ao mês anterior foi de 1,06% (-3.525 vagas). Em 12 meses, São Paulo registrou retração de 13,68%.
Entre as Regionais do SindusCon-SP, Santos apresentou a maior queda (-1,69%), seguido por Sorocaba (-1,46%). As Regionais de Bauru e São José do Rio Preto apresentaram as maiores altas, com 0,96% e 0,70%, respectivamente.
Tabela de emprego por regional - 07.2016
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.

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